Você já ouviu falar sobre capacitismo?
É um termo recente que deriva da tradução do inglês “ableism” e é utilizado para representar a discriminação de PCDs (pessoas com deficiência) na sociedade, que muitas vezes considera essas pessoas inferiores ou incapazes.
O capacitismo acontece devido a barreiras tanto físicas, quanto atitudinais, indo desde acessibilidade arquitetônica até termos inadequados. Assim como o racismo, lgbtfobia, gordofobia, entre outros, o capacitismo é um preconceito estrutural, ou seja, está enraizado na nossa sociedade.
Situações de capacitismo acontecem diariamente na vida das PCDs, a seguir, vamos colocar algumas e explicar porque são inadequadas, além de dizer qual a forma mais adequada de lidar com essas situações:
– Quando uma PCD chega em um estabelecimento é muito comum que o (a) vendedor (a) converse com o acompanhante dela em vez de se comunicar com a própria pessoa, é importante lembrar que cada um tem suas individualidades e uma forma de se comunicar. Sempre se comunique com a pessoa primeiro, caso ela não consiga se comunicar, o acompanhante irá auxiliá-la.
– Também é muito comum uma pessoa com deficiência adulta, ser tratada como criança, de maneira infantilizada. Existe uma falsa noção de que PCDs não tem sexualidade, vontades e capacidade de tomar suas próprias decisões. Além disso, PCDs, na maioria das vezes, são vistas como pessoas muito puras ou que nunca cometem erros. É sempre bom lembrar, que antes de qualquer coisa, PCDs são pessoas! Cláudio Cordovil escreveu uma matéria exclusivamente sobre isso, clique aqui para ler!
– Por falta de conhecimento sobre o assunto, as pessoas usam termos inadequados. Como dito acima, antes de qualquer coisa, PCDs são pessoas. Por isso, o termo mais adequado é Pessoa com Deficiência (a pessoa vem antes da deficiência).
– Usar termos como “especial” e “exemplo de superação” remetem a essa noção de que PCDs tem um ar de “exótico”, como se essas pessoas fossem seres místicos que estão aqui para inspirar as pessoas, quando na verdade são apenas pessoas comuns, vivendo suas vidas. Todos são especiais e tem seus momentos de superação, mas não simplesmente por ter uma deficiência.
– O termo “portador de deficiência” também não deve ser utilizado, porque a deficiência não é algo que se pode portar, nós portamos objetos, os quais podemos escolher portar ou não.
– A vida das PCDs não é pública, e algumas curiosidades podem ser inconvenientes. É comum que essas pessoas sejam questionadas sobre a forma como fazem as coisas no seu cotidiano, como ir ao banheiro, tomar banho, entre outros, na dúvida você pode procurar se informar mas se isso for apenas uma curiosidade, é melhor deixar pra lá.
– Estar disposto a aprender é importante, mas lembre-se de que PCDs não são uma espécie de dicionário onde você pode encontrar todas as respostas. Quando tiver alguma dúvida, procure pesquisar na internet ou então pergunte com educação e em um momento adequado, quando alguém estiver dando uma palestra ou propondo uma discussão. Não é muito interessante chegar fazendo muitas perguntas enquanto aquela PCD está em uma festa ou um bar, se divertindo.
– Antes de ajudar uma PCD, sempre pergunte se ela está precisando de ajuda e se ela disser que não, respeite a decisão dela. Mesmo que sua intenção seja boa, chegar ajudando sem perguntar ou oferecer, pode ser invasivo.
– Alguns termos que usamos no dia-a-dia, como “Tá cego?”/”Tá surdo?”, “Você tá parecendo um retardado”, “Você só da mancada”, podem ser ofensivos, pois representam diversas deficiências como se fossem algo ruim. Você pode substituir, respectivamente, por: “Ei estou falando com você”, “Preste mais atenção”, “Você não está agindo de uma forma legal”, “Você só faz besteira”. Sabemos que é difícil, pois essas expressões são usadas a muito tempo, mas de pouquinho em pouquinho vamos desconstruindo algumas coisas.
– Como já falamos no nosso post sobre acessibilidade no meio físico e no meio digital, acessibilidade vai muito além de uma rampa na entrada. Muitos estabelecimentos dão a desculpa de que não tem acessibilidade pois não tem clientes com deficiência, mas a acessibilidade tem que vir antes dos clientes, afinal, como eles vão usufruir dos serviços daquela empresa, sem ter o mínimo de independência e autonomia?
Ainda existem muitos aspectos a serem discutidos dentro do capacitismo, mas esses são alguns exemplos importantes. Sabemos que nós não temos o poder de mudar algumas coisas, principalmente na parte arquitetônica, mas a mudança pode começar por pequenas atitudes do seu cotidiano! Procure sempre aprender sobre o assunto e disseminar esse aprendizado para outras pessoas, dessa forma, vamos construindo um mundo mais inclusivo e com mais respeito!
Alguns perfis que indicamos para entender mais sobre o assunto:
@_anaclarabm
@luisapitanga
@maaria_vieira
@janeladapatty
@fatine.oliveira
@ivanbaronn
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Descrição da imagem: Ilustração com fundo azul claro. No centro da ilustração tem um quadrado branco onde está escrito em rosa e cinza, respectivamente: “Capacitismo – Você conhece?”. Nos cantos superior direito e inferior direito do quadrado, tem uma fitinha azul. Abaixo do quadro branco, tem uma sombra. Fim da descrição.
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